Moçambique pode fazer a revolução agrícola garantindo a segurança alimentar
“Comercialização agrícola mercados emergentes e novas oportunidades de negócio” é o primeiro tema a ser debatido neste que é o segundo e último dia da feira de agronegócio, MozGrow. O director geral do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), Mohamed Valá disse que a comercialização agrícola contribui significativamente na melhoria da vida da população rural e periurbana.
A comercialização agrícola é a principal fonte de geração desta população, disse Valá.
O director do ICM disse que a sua empresa assegura o escoamento da produção agrícola, com o objectivo de garantir reservas estratégicas para a segurança alimentar e contribui para a estabilidade de preços.
Valá falou dos constrangimentos que a comercialização agrícola enfrenta no mercado como a falta de transporte e logística, acesso ao crédito, acesso ao mercado, armazenamento e conservação, entre outros aspectos.
O orador disse ainda que em Moçambique o mercado nacional é caracterizado por baixo poder e sazonalidade de compra, por isso prevalece a pobreza sobretudo no mundo rural.
Maior parte da população que vive no campo produz o básico para sua alimentação, sendo que o mercado interno para os produtos agrícolas situa-se principalmente nas zonas urbanos, afirmou Valá.
Por outro lado director nacional do PIGA, Mário João Gomes, disse que para potencializar a produção agrícola os pequenos produtores devem trabalhar para as grandes empresas que já existem em Moçambique.
A China está interessada em processar tomate no país, se não formos capazes de produzir o suficiente não podemos atingir o mercado chinês
Moçambique pode fazer a revolução agrícola garantindo a segurança alimentar, uma vez que o país tem tudo para ser um caso de sucesso na África, foi assim que o embaixador da República da Argentina, Federico Villegas, começou a sua intervenção, acrescentando que Moçambique pode alimentar, produzir e exportar alimentos para SADC.
O que falta para Moçambique ter a revolução agrícola é a mudança estrutural na forma de fazer as coisas, falou Villegas.
Na sua contribuição o embaixador disse que para Moçambique alcançar o desenvolvimento agrário deve haver uma ligação entre o Estado, produtor e academia e que o método para aumentar a productividade deve passar por uma pesquisa diferente de como fazer as coisa.
Na Argentina as pessoas já saem da escola secundária com noções de agricultura. Moçambique precisa fazer uma revolução educação para ter escolas agrárias em todo país, aonselhou o embaixador.
Para a Bolsa de Mercadorias de Moçambique (BMM) um dos maiores desafios é a insuficiência da produção agrícola. A PCA da BMM, Victória Paulo, disse que a bolsa transaciona grandes volumes de produção, por isso o seu objectivo principal é conseguir a certificação de infra-estruturas de armazenamento em todo país.
Constatamos que o país tem infra-estruturas, e uma das coisa que pode servir de motivação para conservar os produtos nestas unidades de armazenamento é a o up grade dessas infra-estruturasacrescentou Paulo.