Realizou-se no dia 23 de Julho de 2021, na Província de Cabo Delgado, a IV edição da Ligação de Mercados e Desenvolvimento de Cadeias de Valor, que teve como o principal foco a criação de Parcerias para relançar o Investimento, recuperação económica e resiliência face ao cenário actual. Evento este que contou com a presença de Sua Excia, o Governador da Província de Cabo Delgado, Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Provincial e Excelentíssima Senhora Secretária Permanente do Distrito de Pemba. O debate foi composto por 4 painelistas e moderado pelo Governador da Província.
Como é de conhecimento comum, a actual pandemia do COVID-19 afecta não só a saúde dos cidadãos, mas também ao ambiente económico nacional e mundial. Tendo em vista essa problemática, o Ministro da Indústria e Comércio salientou de partida que “é preciso pensar no desenvolvimento de acções concretas na dinamização da economia da Província de Cabo Delgado em particular e do País em geral”.
Entre as que pontos levantados em discussão, destacaram-se: adaptação e reorientação da Indústria local para produção de insumos contra a Propagação do COVID 19, como por exemplo a produção de álcool etílico; as estratégia e intervenções imediatas da ADIN; a resiliência e progressos no Sector da Avicultura, tendo em vista a auto-suficiência na Indústria Avícola; e também a participação de Província de Cabo Delgado na Expo 2020 de Dubai.
Na sua intervenção, o Eng. Carlos Cabral, representante da empresa Ouro verde, na sua apresentação mencionou que a empresa tem como missão o cultivo e processamento de plantas que proporcionem saúde e bem-estar aos consumidores e ao meio ambiente por meio de uma agricultura climática inteligente e um cuidadoso processamento “à moda antiga”. Como visão, A Ouro Verde é uma forma central que faz parceria com pequenos produtores locais para produzir produtos orgânicos de alta qualidade certificados pelo comércio justo para o mercado interno e para exportação. “A empresa pretende ser um modelo que pode ser replicado para outras áreas onde há boa água, clima e acesso a bons solos”, citou o Eng. Cabral.
Os A Agência de Desenvolvimento Integrado Norte (ADIN), expos uma das principais missões da instituição, que são: a promoção de iniciativas de investimentos para o desenvolvimento sócio-económico das comunidades, através de pequenas e médias empresas; promover a integração de grandes projectos económicos, na melhoria das condições de vida das populações e promover a criação de condições para o envolvimento do sector privado no desenvolvimento Económico e Social. Lembra-se que para aceder aos recurso mobilizados pela ADIN é necessário a observância dos seguintes instrumentos legais: a) Lei n◦. 15/2011de 10 de Agosto – Lei das parcerias Público-Privadas; b) Decreto n◦. 5/2016, de 9 de Março – Regulamento de Contratação de Empreitadas de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviço ao Estado e c) Legislação complementar.
Por sua vez, a Associação de Avicultores de Cabo (AVIC), esclareceu que “a avicultura pode ser praticada por por todos, independentemente da condição social”. Refere-se que a avicultura é o subsector mais rentável da agricultura com período de recuperação mais rápido e ele desempenha um papel crucial para a segurança alimentar sendo que os níveis de produção que se observam ainda são relativamente baixos. A associação conta actualmente com 350 membros e que a avicultura do sector familiar com produção menor de 5000 pintos ou 1000 poedeiras. A Associação destacou também os factores que constrangem o desenvolvimento, e entre eles estão a dificuldade de acesso ao financiamento e o seu elevado custo, quer seja para novos projectos ou seja para investimentos que visam modernizar e aumentar a capacidade instalada.
E em forma de desfecho das intervenções individuais, o representante da Expo 2020 Dubai, Eng.Oliveira Amimo citou o desejo de “partilhar com o Conselho Executivo Provincial, o sector privado e a sociedade civil sobre os preparativos da participação de Moçambique na Expo Dubai 2020 e apoiar com mais informações a equipe técnica criada para a preparação da participação da província de Cabo Delgado”. Referiu que a expo é uma janela de múltiplas oportunidades e troca de conhecimento do universo humano virado para o futuro (técnico, científico, social, político, cultural e económico), não é um evento de fins lucrativos imediatos, mas acima de tudo, é humanitário. Os resultados não são imediatos, mas sim duradouros e reflectem-se no avanço tecnológico e científico em prol do desenvolvimento global e transcendem: tempo, espaço, gerações e projecções individuais dos países participantes. Para este evento, Moçambique tem como tema: “Gestão sustentável da natureza, o melhor legado para as gerações vindouras’’ e enquadra-se no subtema de “Sustentabilidade”. O evento contará com mais de 200 participantes oficiais, será visitado por mais de 25 milhões de pessoas à escala global dos quais 20% visitarão o pavilhão de Moçambique e terá lugar em Dubai, EAU, a partir do dia 01 de Outubro de 2021 a 31 de Março de 2022 num espaço de cerca de 438ha.
Nesse evento Moçambique irá participar com uma exposição temática multimédia subdividida em três (3) áreas (passado, presente e futuro), dando ênfase a agricultura, energia, infra-estruturas e turismo, como factores de desenvolvimento.
Após as intervenções individuais, foram colocadas questões ao painel, com o objectivo de mensurar as contribuições especeificas de cada instituição no proposito de reforçar a economia local naquele ponto do país e no geral.